quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Gandhi, o ingênuo!

Lendo sobre o que pensava Gandhi, líder carismático da Índia, fiquei surpreso com algumas revelações. Tão surpreso que decidi escrever sobre isso.
A Índia é um dos países que apresenta a maior desigualdade social. Ela ocupa o segundo lugar entre os países que têm os maiores números de bilionários do mundo. Por outro lado, cerca de 30% da população indiana vive em pobreza total e absoluta, com duas refeições a cada três dias. Parece que a desigualdade social indiana se deve a sua organização em castas.
As castas poderiam até ter desaparecido mas, o próprio Gandhi foi o grande defensor delas.
Gandhi acreditava, com muita fé, na doutrina em que a disciplina e autocontrole do corpo e do espírito é um caminho imprescindível em direção a Deus, doutrina essa conhecida por ascese.
Segundo essa doutrina, pregada por Gandhi, as pessoas passam por vária reencarnações, num ciclo de renascimento que chega ao fim e a alma se junta de Deus. É o caminho para a perfeição!
Com base em suas crenças explicou que as ferrovias espalhavam peste bubônica e aumentam a fome; hospitais propagam os pecados; o sexo é um obstáculo para se chegar a Deus; o camponês não precisa saber ler, pois o conhecimento das letras o tornaria descontente com sua sorte e cada um deve procurar sua felicidade. (essa última pregação de Gandhi é frontalmente contra o que pensamos no mundo ocidental)
Quanto ao sistema de castas, sempre defendeu e pregou a divisão da sociedade em quatro castas. Acreditando na transmigração e na reencarnação, afirmava que a natureza, sem nenhuma possibilidade de erro, faz as correções necessárias. Um indiano que pertença a casta brâmane que se comporta mal reencarna em divisão inferior, ou seja, em casta inferior: "Não há necessidade de ajustes nessa vida".
Quanta ingenuidade!

terça-feira, 10 de julho de 2012

O custo Lula

O último pacote econômico emergencial, o oitavo, anunciado pomposamente por Dilma Rousseff e Guido Mantega, repetindo o que fizeram nos sete anteriores (ampla divulgação e muito destaque na imprensa), é mais uma tentativa de conter a tendência à estagnação da economia brasileira. Esses pacotes têm mostrado, claramente, que ela e a sua equipe de ministros estão abrindo o baú e dele revivendo a era dos pacotes "milagrosos e de última hora" dos governos Sarney e Collor que também procederam da mesma forma. Quem estava lá, como eu (65 anos), viveu e pagou muito caro pelo fracasso de todos eles. A minha geração é testemunha disso.
E como fracassaram!
Eu vivi cada um deles e senti o quanto foi difícil e complicado conviver com essas verdadeiras “camisas de forças” econômicas que nos impuseram. Fomos reféns daquelas medidas! Os governos, com elas, interferiram de tal modo no nosso dinheiro que passamos a nos preocupar diariamente somente com nossas condições econômicas e financeiras não sobrando espaço para dar as devidas atenções que a educação, saúde, segurança, mobilidade e qualidade de vida requeriam. A economia passou a ser o foco principal e único do governo e, por indução, de todos nós, como se o Brasil fosse feito apenas e exclusivamente de dinheiro e nada mais. Qualquer coisa além do dinheiro foi literalmente desprezado (deixado para lá!). Os próprios governos só apresentaram pacotes econômicos desacompanhados de “pacotes de políticas sociais” para educação, saúde, infraestrutura, segurança, qualidade de vida etc.
Pessoas com mais de 40 anos de idade devem se recordar do “fiscal do Sarney” – lançamento do Cruzado, novo nome dado a nossa moeda em março de 1986 –, “do sequestro de dinheiro do Collor” – ministra Zélia Cardoso em março de 1990. Esses não foram os únicos daquela época, mas foram, sem dúvida, os que mais deixaram cicatrizes. Tivemos pacotes de “verão”, “cruzado novo” e outros que impuseram aos brasileiros sacrifícios gigantescos – ocorreram muitos suicídios em cada um deles –, e, infelizmente, deram em nada.
A repetição sucessiva desses pacotes atuais indica que Dilma está decididamente determinada em repetir os erros do passado ao fazer, com poucas diferenças, o replay. Será que ela e o ministro Mantega não aprenderam com o passado? Deveriam procurar estudar história porque já é sabido que conhecer a história serve, no mínimo, para não repetir os mesmos erros antigos. Ignorando a história, ou incompetentes para fazer algo diferente, repetem os mesmos erros. Como disse Heinstein, repetir os mesmos procedimentos achando que obterá resultados diferentes é insanidade.
Estamos no oitavo pacote porque os 7 primeiros não deram os resultados desejados, foram “voos de galinha”, isto é, surtiram efeitos momentâneos. Nenhum deles manteve os resultados positivos iniciais por mais de 4 meses e durante essa sucessão notou-se que os resultados se deterioraram à medida em que foram implantados. Esse, o oitavo, deve resultar em nada. Explicações pelos fracassos estão na imprensa, detalhadas pelos economistas. Enquanto isso o Brasil vai, aos poucos, decaindo, mês após mês, no PIB, a ponto de já dizerem que temos um PIBinho! E isso me assusta!
No início do ano, o ministro Mantega fez uma previsão de PIB de 4,5% para 2012. De lá para cá essa previsão vem sendo revista e, sempre, para baixo. Hoje está em 2,3%, apesar de todos os pacotes até agora.
A pergunta que não se cala é: por que, apesar das medidas tomadas pelo governo, o Brasil cresce cada vez menos?
A festa de Lula acabou. Ele encontrou um banquete pronto (e chamou de herança maldita!), usufruiu dele politicamente o mais que pôde, distribuindo benesses a torto e a direito, sem se preocupar com o futuro. Garantiu desse modo a própria popularidade e elegeu Dilma que recebeu como herança, além de ministros corruptos, o encargo de continuar a festa.
Embora não tivesse percebido, a festa acabou e nenhuma medida foi tomada para manter a mesma fartura.
Acontece que o processo econômico não obedece a vontade de Lula, pois tem as suas próprias leis e exigências. Esgotado o potencial contido nas medidas do governo anterior, a economia começou a ratear, quase parando. A partir daí Dilma adotou os pacotes.
Como se sabe, os partidos revolucionários não têm programa de governo porque acreditam que o mal da sociedade são os partidos de oposição e, como mal que representam, basta eliminá-los para se chegar a sociedade perfeita.
O PT adotou o programa do governo anterior que havia combatido ferozmente. Mas ficou nisso: esgotadas as possibilidades do programa herdado, não tem o que pôr no lugar, a não ser pacotes emergenciais.
Outra característica do governo petista, afora não ter programa, é valer-se da propaganda para ganhar a opinião pública. Esse é o recurso mais usado pelos governos populistas, já que o povo em geral, quer que o pacote dê resultado ou não, fica a notícia de que o governo está trabalhando, resolvendo os problemas. O PAC é exemplo disso.
Por que o governo não apresenta um plano como o REAL com propostas para resolução dos problemas atuais e futuros? Porque lhe falta competência para realizar projetos. E disso ele carece porque o preenchimento dos cargos executivos não é determinado por critério técnico, mas político.
Tudo isso é resultado do modo de operação de Lula no seu estilo "vamo-que-vamo" forçando obras a multiplicando metas - tudo a cargo de uma administração loteada entre os partidos políticos -, reduziu drasticamente a qualidade técnica da gestão e abriu espaço para os malfeitos. Esse é o custo Lula e começamos a pagar por esse custo.
O setor público no Brasil nunca foi lá essas coisas, mas loteado e politizado por Lula ficou pior.
Parte do que aqui escrevi tomei como base dados do IBGE, Wikipedia e artigos de Sardenber, C. A., Rodriguez R. V. e Gullar F.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Com tudo do nada!

Com a poibição determinada pela lei de se fumar em locais fechados e, além disso, também em abertos de determinados tipos de estabelecimentos, como escolas e hospitais, por exemplo, passamos a observar constantemente pessoas que saem dos prédios e permanecem nas calçadas em frente, fumando.
Já repararam no comportamento delas?
Pois bem, outro dia, da janela e distante, sem dar na vista, observei atentamente uma dessas, desde o momento que saiu do prédio já retirando o cigarro do maço até lançar longe, sobre o asfalto, a bituca daquele cigarro que havia acabado de se deliciar e, ao mesmo tempo, enquanto se virava para voltar, levantava a cabeça e expelia para cima o jato fumacento da última tragada, deixando, pairado no ar, o seu rastro que rapidamente se desvaneceu por entre os transeuntes.
O seu primeiro gesto, o de retirar o maço do bolso, já demonstra o apego extremo que mantém pelo vício, pois chegava à calçada com ele na mão.
Os gestos são precisos, numa das mãos o maço e na outra, o isqueiro. Demonstrando habilidade com coordenação perfeita pois coloca o cigarro na boca, acende o isqueiro e já traga profundamente. Gasta, para isso, décimos de segundos.
A fumaça, na primeira tragada, de tão intensa e profunda deve chegar até a alma dele. Ainda bem que não existe doença da alma que possa ser causada pelo tabaco!
Depois da primeira tragada, o fumante permanece quase que totalmente imobilizado. Em pé, com o olhar voltado para a rua, fixa seu olhar em não sei o que e assim permanece. Mais uma tragada; mais outra e continua na mesma. Chega outro colega na mesma condição e os dois permanecem próximos, mas muito distantes porque não se conversam e nem ao menos se entreolham. Cada um com o seu olhar distante, no infinito, perdido e talvez sem ver nada. Olha mas não enxerga coisa alguma pois não está ali para isso. Suga a fumaça e a expele em seguida sem nada ver!
Será que está pensando em algo? Acredito que não! Durante esse tempo toda a sua atenção e dedicação se restringe a barra branca cilindrica nicotínica em sua mão e principalmente nos lábios.
O semblante mostra relaxamento, os gestos inicialmente bruscos tornam-se aos poucos serenos, amainam.
O movimento de lançar a bituca para longe é rápido, rude e dar as costas para o local onde ela caiu ao iniciar o caminho de volta demonstra, acredito eu, um certo arrependimento do que fez. Assim feito, rapidamente abandona o local caminhando em direção à porta de onde saiu. Desaparece. Entra no prédio e a calçada vazia fica ali, aguardando-o para nova sessão desse ritual tabagistico.
Perguntei a um colega fumante sobre o que pensa enquanto fuma na condição de isolado de todos e desligado do mundo!
-Nada!


quarta-feira, 6 de junho de 2012

In victimia

Quando Lula centrou seu plano no estímulo ao consumo como forma de superar a crise de 2008, por ele menosprezada ao qualificá-la de "marolinha", foi, na época, severamente criticado pelos economistas de plantão que compararam o plano, apesar de momentaneamente bem sucedido, ao voo da galinha (voo curto, de baixa velocidade e perigosamente muito próximo ao chão e aos obstáculos).
Uma das críticas mais contundentes se contrapunha ao gasto excessivo que as famílias passariam a ter em decorrência da expansão do crédito e da retração da taxa de juros estabelecidas no plano, porque o consumo do brasileiro se encontrava demasiadamente reprimido. Em consequência, afirmaram eles, o cidadão assumirá dívidas excessivas, o que não era aconselhável porque a população se encontrava despreparada para administrar as próprias finanças de consumidores desmedidos. Diziam que as "famílias se afogariam em dívidas"!
Além disso, os incentivos fiscais para reativar as compras de carros privilegiava apenas um setor da economia como se todo o Brasil dependesse apenas de vendas de automóveis. Aliás, segundo os estudiosos, esse incentivo era um convite à inadimplência.
Nos EUA, o governo e as instituições financeiras haviam feito o mesmo com relação às moradias que, por sua vez, acabaram conduzindo à crise de 2008. Os norte-americanos endividaram-se demasiadamente tornando-se inadimplentes e a crise de lá se instalou com a quebra dos bancos financiadores dessa euforia (ou farra!) de financiamentos por casa própria, começando pelo Banco Lehman Brothers, pivô da crise de 2008.
Os economistas alertaram que plano parecido com esse já tinha sido praticado em outros países e os resultados se mostraram paliativos pois resolviam a situação econômica do país somente naquele momento e não contribuiam para o crescimento do sistema produtivo além de inibir o investimento privado, ou seja, em nada colaboravam para o desenvolvimento do país e o fortalecimento da economia.
Alguns críticos foram além ao acusarem Lula e seu governo de incompetentes e incapazes de elaborarem um plano mais abrangente e de efeito duradouro e consistente.
Diante do volume de críticas, Lula veio a público, por várias vezes, afirmando que "estavam apostando contra ele e torcendo a favor da crise"! Colocou-se como vítima, como injustiçado e incompreendido.
COITADO!!!! Não tinha recebido nenhum reconhecimento!!!!
Hoje, perante os resultados da economia atual, somos obrigados a aceitar as críticas dirigidas ao plano de Lula. Tudo, absolutamente tudo que a imprensa publicou dos críticos tornou-se, infelizmente, realidade. Dessa vez, os economistas acertaram nas previsões. Coisa rara!
A economia do país continua estagnada com PIB baixíssimo; com índice de inadimplência mais alto de todos os tempos; as famílias super-endividadas; a indústria sendo desmantelada pouco a pouco (o Brasil está num processo de desindustrialização); voltamos a exportar somente commodities.
E, para agravar, a presidente Dilma reaplica o plano de Lula em 2012, voltando a incentivar a indústria automobilística....... . Com uma diferença, ela aumentou os impostos sobre cerveja, refrigerante e água mineral.
Se Lula tivesse hombridade, dignidade, honradez e coragem, deveria vir a público e declarar que os seus críticos estavam corretos e que se fez de vítima. Pediria desculpas para a imprensa que ele mesmo acusou de estar fazendo propaganda contra e enganosa, publicando somente coisas que o depreciava. Novamente in victimia. E confessaria sua incompetência para estadista.
Por fim, in victimia é expressão latina de "fazendo-se de vítima".


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Consequências dos erros

Na estatística existem dois tipos fundamentais de erro. O erro do tipo I consiste em rejeitar uma hipótese verdadeira. Nesse caso, dizemos que o erro é FALSO POSITIVO. Exemplo: uma mulher não está grávida e o teste de gravidez dá resultado positivo.
Comete-se o erro do tipo II ao se aceitar uma hipótese falsa, situação conhecida por FALSO NEGATIVO. Exemplo: uma pessoa sabidamente portadora de HIV faz um exame de sangue com resultado negativo.
Além do erro estatístico, cuja qualidade é a previsão, também existe erro humano do dia a dia. Aliás, o erro não é só humano porque, de forma geral, os demais animais também erram.
Nesse caso, a diferença clara entre os humanos e os outros animais são as consequências decorrentes do próprio erro.
De vez em quando um macaco, ao fazer uma manobra mais radical, cai da árvore por ter errado na escolha do galho e, se o sortudo escapar ileso da queda, transforma sua experiência desastrosa em lição de vida, não repetindo mais o mesmo erro. Para ele, uma única experiência é suficiente. Caso não seja sortudo, poderá morrer na queda ou sofrer danos tais que a sua captura pelo predador fica facilitada, pagando, dessa forma, com a redução da sua longevidade o erro cometido. Segundo Darwin, é um caso de seleção natural complicando a vida dos que se dedicam pouca ou nenhuma atenção em seus pulos no dossel! (dossel é a cobertura contínua feita pelas copas das árvores de uma floresta)
Enquanto isso, um motoqueiro ao fazer uma manobra mais arriscada entre os automóveis e se acidenta, costumeiramente atribui o seu erro à fatalidade, "pura adrenalina", e, depois de refeito - dificilmente readquire a totalidade das funções -, volta a repetir o mesmo erro. O macaco não erra duas vezes; o humano, ao contrário, incide frequentemente no mesmo erro, considerando-o como inevitável e ao acaso cada vez que acontece. Da mesma forma que sucede com os macacos na selva, o motoqueiro também pode morrer no erro ou ficar penalizado pelo resto da vida com paralisias ou deficiências, também submetido à seleção natural de Darwin, só que em área urbana.
Além disso, os macacos aprendem com o erro dos outros do grupo a que faz parte. Quando um cai de um galho e a cena é testemunhada pelos demais, esses reduzem muito a frequência de visitas naquele maldito galho. Os humanos, por sua vez, vendo outros errarem, fazem a mesma manobra para demonstrar ao "bobo" que "eles são melhores". Ou seja, partem para o desafio, ato que os macacos não praticam.
Até os sapos aprendem com os próprios erros! Quando cursava a faculdade, nos idos de 1968, na cadeira de Comportamento Animal, hoje denominada Etologia (do grego ethos, "ser" ou "personalidade", logia, "estudo") realizamos experiências com sapos criados no ranário do Departamento de Zoologia.
Fornecíamos a eles insetos voadores de uma determinada espécie como alimento. Insetos esses desprovidos de veneno e de ferrão e que eram, provavelmente, muito saborosos aos sapos pois esses os devoravam em quantidade apreciável.
Existia uma outra espécie, também de insetos voadores, pertencente ao grupo das vespas, dotados de ferrão e com aparência extremamente semelhante aos da espécie que dávamos como alimento. 
Depois de alguns dias recebendo apenas um tipo de inseto na dieta, introduzimos alguns exemplares das "vespas". Notamos que os sapos não distinguiam um inseto do outro porque, afinal, tinham corpos muito parecidos na forma, cor e tamanho e comportavam-se de modos praticamente idênticos, diferenciando-se apenas na presença ou não do ferrão, um detalhe quase imperceptível. Ao fenômeno no qual uma espécie imita ou copia outra a Biologia dá o nome de mimetismo
Cada sapo capturava um inseto e o engolia; capturava outro e também o devorava; mas, ao capturar o portador de ferrão reagia instantâneamente "cuspindo" o que tinha na boca porque levava, muito provavelmente, ferroada na língua. A partir daí se desinteressa completamente pelos insetos que voavam ao seus redor, tinham ou não ferrão.
Isso, para nós, estudantes de Biologia da época, demonstrava que a aprendizagem dos sapos tinha sido tão marcante que se não fornecessemos outro tipo de alimento eles morreriam de inanição, de fome, mas não comiam mais nenhum daqueles insetos. A experiência serviu como lição única e definitiva.
Certa vez, ouvi o relato de uma professora da Educação Infantil, que as tomadas elétricas da escola tinham proteção para que as crianças não sofressem acidentes. Talvez movidas pela curiosidade algumas insistiam em remover a proteção e colocarem o dedo na tomada, o que as levava ao susto e ao choro de algumas depois do choque elétrico. As crianças então eram advertidas e aconselhadas a não mais mexerem nas tomadas. Passada um ou duas semanas elas repetiam o mesmo erro e, novamente, choravam.
A professora relatou que não teve jeito, tiveram que anular as tomadas que estavam ao alcance das crianças na Escola. Só assim para não terem mais esse tipo de choro, mesmo com as repetidas orientações sobre o perigo.
Será que o primeiro erro não foi suficiente para aprenderem?

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Acrianos, os paulistas distantes no tempo!

Assistindo as reportagens na TV Globo - Bom Dia Brasil - fiquei sabendo que várias regiões do norte brasileiro, principalmente no Acre, as populações rurais estão com suas propriedades completamente inundadas com perda total da produção de milho, mandioca (na reportagem, um sitiante a chamou de macaxeira) e feijão por causa do transbordamento do rio Acre. A perda, segundo a reportagem, foi total e, por consequência, aquelas pessoas estão predestinadas a sofrerem de fome e, por não terem o que vender, de muita carência no próximo ano.
No mesmo dia, ao final da tarde, navegando pela internet, fiquei sabendo também que em São Paulo caiu uma chuva torrencial que causou vários pontos de alagamento. A reportagem noturna - Jornal Nacional - sobre essas inundações em diversos locais mostrou que o trânsito teve um congestionamento recorde de 220 km e os cidadãos entrevistados reclamavam muito do trânsito, dos ônibus e metro superlotados e a demora imensa para retornar para casa depois da jornada de trabalho. O repórter até comentou que o povo sofre.
Ambos os queixosos, os sitiantes do Acre e os moradores de São Paulo lamuriavam com lamentações intermináveis e que a nada levam. O morador do Acre atribuia a sua infelicidade ao tempo imprevisível do excesso de chuva e o paulista revoltado, por sua vez, acusava o governo e os políticos pelos seus transtornos.
Com tanta terra disponível, porque o acriano resolveu fixar moradia e cultivar uma área invadindo a parte que pertence ao rio Acre? Foi uma invasão de terra! Ou não?

O rio não reclama da invasão, não solicita desocupação e reintegração de posse, ele apenas se VINGA no devido tempo e para sempre do mal que lhe fazem.
Provavelmente escolheu aquele terreno pela facilidade da água - o rio - e tomou essa decisão sem pensar em nada além disso. Em nenhum momento levou em conta os dias seguintes e muito menos os tempos futuros, principalmente os chuvosos, já que, muito provavelmente, deve ter feito a escolha na seca com o rio no seu leito normal. Caso tivesse refletido um pouquinho só, teria percebido que aquela área está pouco acima do nível da superfície da água do rio e que seria invadida com o transbordamento dele, ou será que ele não sabia que os rios transbordam! Portanto, a causa dos seus transtornos não é o excesso de chuva mas o local que ele próprio deu preferência para viver. E para agravar ainda mais a situação desmataram integralmente as margens, fazendo desaparecer totalmente a mata ciliar tão importante na conservação das condições naturais da água e do rio por onde flui.
Os rios sempre invadem suas margens na época das cheias e sabemos disso desde a antiguidade dos egípcios com relação ao rio Nilo.
Os moradores ribeirinhos da Amazônia sabem muito bem disso e se preparam adequadamente nas palafitas.
Daqui a 100 ou 200 anos é quase certo que a região rural habitada pelo acriano se transforme em vilarejo, vila ou cidade e entre os culpados pelas futuras inundações terá, entre eles, um descendente seu, talvez prefeito do local que, por sua vez, apoiado pela câmara de vereadores, decidiu sobre a ocupação do solo em épocas secas e com aprovação maciça da população, a mesma que se volta contra ele quando chove muito. Como os dias chuvosos são em menor número do que os sem-chuva, a população acaba esquecendo as contrariedades.
A seca faz esquecer a lembrança dos problemas da água ou quando a secura é intensa a inundação torna-se até desejável.
Em São Paulo, todos aplaudiram o governador Adhemar de Barros quando iniciou, em 1946, a retificação do Rio Tietê para posterior construção das marginais desse mesmo rio, construção essa que teve grande avanço durante o governo Prestes Maia.
Essas obras representavam progresso e todos aplaudiram, a não ser alguns poucos mais lúcidos e conscientes que naquela época já anteviam os problemas que atualmente vivemos e que, por contestarem as obras, foram tratados com desprezo arrogante e severamente criticados por estarem "contra o progresso". Garanto que tudo isso aconteceu quando choveu pouco ou se ela aconteceu foi em intensidade insuficiente para dar razão aos preocupados com as futuras enchentes e a decepções que causam!
Por que então os políticos fazem obras que futuramente ou em determinadas condições acabam mais transtornando do que facilitando a vida do cidadão? Para mim, isso acontece porque o político é um cidadão igual a qualquer outro e que foi escolhido pelos seus iguais para ocupar o cargo que ocupa, completamente despreparado, levando consigo os mesmos defeitos e qualidades dos cidadãos comuns, ou seja, "o terreno é bom, a água está próxima então aqui vou me instalar e viver o resto da minha vida. Que maravilha!" e se alguma coisa alterar para pior arrumarei um culpado e, se por acaso eu for político, procurarei obter vantagens principalmente eleitoreiras.
Ingênuo é aquele que acredita em solução das enchentes em São Paulo e dos coletivos (ônibus, metro e trens) e muito menos do trânsito. Afinal, rendem muitos e muitos votos.
Vejam na foto como eram os coletivos na cidade de São Paulo na hora do rush em 1937. Continua tudo como antes!!!!!!!! Não me venham dizer que antigamente era melhor!!!!!!!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Homo sapiens sapiens informatilis obsoletus

Dia 09/04/2012, tarde da noite, assisti a palestra proferida pelo sociólogo Laymert Garcia dos Santos, da UNICAMP, no programa CPFL cultura da TV Cultura (SP), ocasião na qual apresentou as suas brilhantes e originais ideias a respeito do homem e do mundo moderno.
Dia seguinte, realizando uma pesquisa na internet a respeito dele já que me era desconhecido, constatei que é de grande notoriedade na Sociologia, ilustre e célebre e, por causa disso, muito requisitado para palestras. Face ao que fiquei sabendo eu o reverencio e torno público os meus respeitos e considerações para com ele.
Uma das ideias que apresentou no programa, consistia em explicar porque o homem está se tornando rapidamente obsoleto em função do mundo que ele mesmo está construindo e que o futuro disso é totalmente incerto.
Para justificar tal afirmação, usou como exemplo o jogo de videogame praticado por jovem ou adulto. Nessa situação, o jogador não dispõe de tempo algum para meditar sobre o que está fazendo, executando as manobras de forma totalmente condicionadas pelo que vê, sendo mantido, durante o período do jogo, com absoluta escassez de tempo para pensar e, por consequência, impossibilitado de ponderar sobre a jogada.
Completando as ideias do sociólogo, considero que os jogos acontecem na base da tentativa e erro que conduzem inevitavelmente ao desenvolvimento dos reflexos pavlovianos* de estímulos apenas exteriores, desacompanhados de pensamentos.
Para mim, a máquina impede o participante de pensar durante as horas do jogo, de semanas, de meses e dos anos seguidos em que é usada! Com o passar do tempo, pouco a pouco, de modo imperceptível e quem sabe irreversível, o praticante de videogame perde o hábito de refletir, de pensar e de examinar com atenção e minúcia os acontecimentos, de avaliar, de apreciar e principalmente de julgar.
O condicionamento é tamanho que o praticante frequente dessa modalidade de competição, seduzido pelo jogo, gasta boa parte do seu tempo ocioso se "desmentalizando". Assim concluo!
Segundo o sociólogo, os fatos e as circunstâncias que cercam o homem atual exigem dele respostas com tamanha rapidez que o cérebro não dispõe do tempo que naturalmente consome para efetuar um processamento apropriado e conveniente.
A informática e os meios de comunicação mudam rapidamente e de forma bastante diversificada. As informações que a nos chegam são muitas e de tão rápidas que perturbam as nossas mentes e sentidos, dificultando o raciocínio, nos assombrando. Desorientados e incapazes de organizar mentalmente essa incrível quantidade de informações por absoluta falta do tempo indispensável para o devido processamento mental, permanecemos inconscientes sobre o que ocorre em nossa volta, por maior que seja o nosso interesse ou esforço, e isso nos aflige e atormenta.
Esse mundaréu de informes embaralha nossos pensamentos, nos confunde cada vez mais!
A principal qualidade do homem inteligente, racional, é sem dúvida a capacidade de reflexão. As coisas acontecendo como estão não nos dão o tempo necessário que deve existir entre a informação e a decisão, a reflexão.
Estamos deixando de ser o Homo sapiens sapiens para sermos o Homo sapiens informatilis. E, nessas condições, precisamos recorrer às máquinas para tomar decisões por nós por serem muito mais capazes de processar informações em quantidade em tempo de milisegundos!!!! E, como consequência, estamos virando reféns cada vez mais dependentes dessas máquinas.
Além disso, tomando agora a nossa base biológica, deixando de lado um pouco as ideias do sociólogo Laymert, também construimos um mundo de fartura e de fácil acesso ao alimento. Acontece que, segundo a ideia de SELEÇÃO NATURAL, o homem foi selecionado para se empaturrar de comida quando conseguia ter sucesso na caçada e passar, depois disso, dias e dias sem comida, atingindo grau elevado de fome até conquistar a nova refeição. Nosso organismo foi selecionado para essa falta de comida e não para o excesso!
Mudamos o mundo mas não mudamos a nossa genética. Com comida a bessa conseguimos instalar uma epidemia de obsidade e suas consequentes morbidades.
Enfim, criamos um mundo que não conseguimos saber mais o que está acontecendo e ficando paquidermicos, lentos, preguiçosos e encurtando a vida!! Pesadões como estamos nos tornando, buscamos meios mais rápidos de locomoção como carros cada vez mais velozes e nos utilizando intensamente de viagens aéreas com abandono total do navio. Esse último é tão lento quanto nós e também obsoletos!!!!
Consequência de tudo isso; está nascendo a espécie Homo sapiens sapiens informatilis obsoletus.
Isso é ser civilizado?
(*) A ideia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas respostas são reflexos incondicionados, ou seja, inatas; os reflexos condicionados (pavlovianos) são aprendidos e criados por meio da repetição consistente das condições.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Metamorfose ou desmascaramento de caráter

Depois que escrevi que o fanatismo cego cega, pensei em desistir de continuar escrevendo sobre política. Acontece que os acontecimentos atuais são tão marcantes que não resisti. A tentação de escrever sobre política venceu o meu desejo de abandonar essa prática. Afinal, cada um tem o seu lado político que vive conosco por toda nossa vida. A partir disso e acrescentando o que afirmou Oscar Wilde - "posso resistir a tudo, menos às tentações" -, justifico meu ato atual.
Demóstenes Torres, Senador da República, do DEM, depois de passar vários anos representando o papel de político honesto e de ilibado comportamento, missionário da ética e impiedoso acusador dos participantes do mensalão do PT, praticava, na realidade, no exercício do seu mandato que conquistou nas urnas e não soube honrar, atos tão ou mais corruptos que tanto dizia combater. Todos viam nele um valente defensor da ética política.
Hoje, com regojizo, os corruptos podem dizer dele o que ele disse a respeito deles.
Percebe-se nesse episódio o comportamento bem diferenciado entre o PT (Partido dos Trabalhoes) e o DEM (Democratas), antigo PFL. O DEM, antes mesmo de efetuar uma investigação já decidiu, perante a consistência das acusasões e provas, excluir o Senador do seu quadro de afiliados.
As acusações contra os PTistas efetuadas por Roberto Jefferson ao denunciar o "mensalão" do PT em 2005, os fatos e provas acusativas em 2004 no caso dos escândalos dos Bingos, o escândalo dos Correios também em 2005, a morte do prefeito Celso Daniel em 2002, as gravações de Wladimir Diniz (que prova mais contundente que essa!), a dança da pizza em 2006, o valerioduto do Marcos Valério vieram a tona com intensidades muito mais complexas, profundas e reveladoras do que hoje acontece com Demóstenes e também tão decepcionantes e frustadoras.
O PT na época, diferente do DEM, simplesmente nada fez; ao contrário, o próprio presidente Lula saiu com discurso defensor dos acusados e as coisas ficaram como estavam e nenhuma providência foi tomada, ou seja, silêncio total mesmo sabendo de algo negativo praticado por "companheiros", os PTistas não fizeram nada para impedi-lo, embora pudessem fazê-lo.
Os PTistas tinham, antes de assumirem o poder e de virarem situação, quando ainda na oposição, as mesmas e idênticas atitudes do Senador Demóstenes de veemente batalhadores contra corrupção, corruptos e corruptores e que, ao assumirem o poder, como por milagre (ou melhor, como disse o Lula, POR METAMORFOSE!) adotaram a postura pacífica com o que mais diziam detestar, principalmente quando os denunciados eram seus correligionários (aqueles que compartilham e seguem os mesmo princípios).
Demóstenes, em suas participações em CPI tinha um discurso e convincente de honesto e de quem defende a doutrina dos bons e saudáveis costumes. Agora a máscara caiu; uma pena! Fomos totalmente enganados!
Quanto a esses aspectos será que existe dentro de cada PTista um Demóstenes?
Será que ao se referir à metamorfose, Lula estava se dizendo que a mudança que estava em curso, na época, era de aparência, de caráter e de acordo com a circunstância que, por sua vez, revelava o ladrão escondido, a "máscara de Demóstenes", e disfarçado em cada um dos PTistas?

sexta-feira, 23 de março de 2012

A ideologia cega, cega!

O Brasil só atingiu o status de celeiro do mundo como grande exportador agrícola de algodão, soja, açúcar, sucos, milho, álcool ... porque soube aproveitar resultados das pesquisas da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), empresa criada em 7 de dezembro de 1972, pelo então Presidente Emílio Garrastazu Médici. O ministro da agricultura daquela época, Luiz Fernando Cirne Lima, cuidou de todos os aspectos relacionados à organização dessa entidade de pesquisa e em 28 de março de 1973 ela foi definitivamente instalada.
Os primeiros resultados dos trabalhos da EMBRAPA começaram a surtir os seus efeitos a partir de 1980, quando a nossa agricultura intensiva deu gigantescos saltos de ganho de produtividade no campo, garantindo, assim, além do incremento nas exportações dos produtos agrícolas (commodities) a produção de alimento barato para nós brasileiros.
Economizando por conta da alimentação barata, as famílias puderam destinar mais recursos para o consumo de bens duráveis, concorrendo, desse modo, para o fortalecimento do mercado interno.
Os dolares do mercado externo injetado na economia brasileira atual é predominantemente originário da exportação de commmodities e a EMBRAPA tem TUDO a ver com isso, principalmente nos últimos cinco anos quando elas - as commodities - sofreram forte valorização, mantendo o saldo positivo da nossa balança de comércio exterior.
Em 2000 a soja foi vendida, no Porto de Paranaguá, Paraná, a US$ 188,69 a tonelada; em 2012, a US$ 463,18, uma valorização de 245%.
A produção brasileira de soja de aproximadamente 30.765 kg/ha/ano (quilogramas por hectare por ano) em 1988 saltou para 60.017 kg/ha/ano em 2008, ou seja, praticamente dobrou. Com isso, o Brasil dobrou a produção sem necessitar de nem um metro quadrado a mais de área plantada, resultado esse conseguido a custa das pesquisas em melhoria genética das plantas.
Graças ao aumento da produtividade e ao aumento do preço de venda, a soja que rendia US$ 5.800 por hectare em 1990; em 2012, com a mesma área está gerando uma receita de US$ 27.800. Esse aumento expressivo de rendimento e de preço da commoditie resultou num superávit comercial como nunca antes em nosso país! E o governo federal nada teve a ver com isso. As cotações internacionais das commodities se elevaram demasiadamente, face ao aumento de demanda causada principalmente pela China que entrou pesadamente no mercado comprador e boa parcela desse dinheiro veio parar em nosso tesouro. Além disso, a área de plantio praticamente dobrou nos últimos 20 anos.
E não me venham dizer que as sobras de dolares no tesouro nacional deveu-se ao governo Lula! A maré subiu ("os preços internacionais se elevaram"), o volume de água se elevou ("a produção de soja cresceu muito"), o navio desencalhou ("o Brasil passou a ter excedente de dolares") e o capitão acha que foi ele quem salvou o navio ("o Lula e seus seguidores consideram o Lula como salvador da pátria").
Por outro lado, durante o governo Lula e mais acentuadamente no de Dilma, as verbas destinadas às pesquisas da EMBRAPA vêm sofrendo redução contínua a ponto de, nos dias atuais, ser de R$ 2,1 bilhões/ano, a menor de todas. Sendo assim tratada, a EMBRAPA não mais está conseguindo se modernizar e procurar se adaptar às novas tecnologias, perdendo terreno, cada vez mais, para as empresas internacionais concorrentes. Estão sucateando a EMBRAPA!
Enquanto isso, a Monsanto, empresa que desenvolveu a soja transgênica, resistente aos herbicidas que ela mesma produz, investe mais de US$ 1 bilhão por ano em pesquisas e desenvolvimento.
A responsabilidade pelo nosso desenvolvimento agrícola, graças ao Lula e à Dilma está sendo transferida, pouco a pouco, da Embrapa para empresas multinacionais como Monsanto, Du Pont e Syngenta que fornecerão e controlarão, graças aos resultados das suas pesquisas, as novas sementes das culturas que estão por vir. Boa parte do que hoje é saldo positivo da balança comercial será repassado para o caixa dessas empresas multinacionais. Essa é a forma mais vergonhosa e ultrajante que se conhece de privatização, de transferência silenciosa, irreversível, sem deixar ser percebida de domínio de tecnologia nacional. Sorrateiramente o comando da nossa produção agrícola intensiva está sendo privatizada a custa do obsoletismo da EMBRAPA. 
Tudo fora do alcance dos olhos ou do conhecimento dos outros, tudo às escondidas!
O pobre coitado que receberá a bolsa família, ao comprar as sementes para semear em seu terreninho, estará transferindo os poucos Reais que recebe para essas empresas estrangeiras e muito ricas, dinheiro esse que sairá definitivamente do nosso país.
Escrevo sobre esse assunto porque pós graduei em Biologia Aplicada a Agricultura e, durante meus estudos, tomei ciência profunda do trabalho explendoroso que o pessoal altamente competente da EMBRAPA realizava.
Para mim, a turma da inteligência do PT, mantém intencionalmente os seus afiliados, defensores e seguidores,  preocupados com a "privatiaria tucana" e "fanaticamente ocupados em combater os seus inimigos mortais do PSDB". Assim agindo, se protegem fazendo com que o pessoal da situação - petistas da base - pemaneça a margem e completamente desinformada sobre o que está em andamenteo e, enquanto isso, lá em Brasília, aperfeiçoam e praticam formas degradantes de política.
Fazer o quê?
O fanatismo ideológico cego, cega!








segunda-feira, 19 de março de 2012

De tanto ser enganado ...

Enquanto estava defronte a escola, na calçada, conversando com um dos funcionários, passou um transeunte com as vestimentas desgastadas mas, limpo! Meio sem jeito, ele me pediu uma ajuda em dinheiro porque estava precisando retirar a filha que estava internada no hospital e não dispunha de recursos para tal. A sua esposa estava lá no hospital, acompanhando-a. Além disso, disse-me que morava no Paraná e que se encontrava em Campinas porque a sua filhinha estava muito doente.
Enternecido pelo que me relatava, disse a ele que poderia ajudar mas que não estava disposto porque por muitas vezes havia sido enganado com a mesma fala ou algo parecido.
Na última vez, havia dado uma certa quantia em dinheiro para um pedinte e o vi, logo em seguida, comprando droga na praça. Disse-me ele, na ocasião, que estava com a filha doente e tinha que comprar remédio para ela. Justificação muito semelhante!!!!!!!!
Foi então que o transeunte disse que o que dizia era verdade e, de tanta convicção no que falava, acreditei e dei-lhe o que pediu, ou seja, R$ 25,00.
O funcionário que a tudo assistia, admirado pela quantia fora do comum dada a um pedinte, disse que estava jogando dinheiro fora.
No dia seguinte, entrou na escola aquele senhor acompanhado de uma senhora com uma criança recém-nascida nos braços. Eles vieram me agradecer pela ajuda e queriam me mostrar a filhinha.
Aquela cena me fez sentir feliz por não ter sido enganado e ao mesmo tempo realizado por ter sido um gesto que me fez mais humano.
Aproveitou para pedir mais uma ajuda para ir até a sua cidade no Paraná. Afirmou que já tinha ganhado dinheiro de outras pessoas e que estavam faltando R$ 30,00 para completar as passagens. Dei a ele esse dinheiro.
No final do ano, recebi na escola um cartão de Natal de Tibagi, PR. Era o Sr. Alcino me desejando Feliz Natal e agradecendo pela ajuda com dizeres extremamente fraternais e religiosos.
E pensar que havia desconfiado dele ...