Lula,
depois de empossado como presidente, fez referência às condições do cargo que
assumia de “herança maldita”, se referindo, com certeza, e com vergonha, ao
passado do PT que se negou a assinar a Constituição de 1989 que restaurou a
democracia no Brasil, que criticou severamente o bolsa escola e a bolsa
alimentação do governo FHC como uma espécie de esmola que humilhava os
trabalhadores e os pobres em geral (quando chegou ao poder fundiu os dois
programas na bolsa família e deles se apropriou como se fosse ideia exclusiva);
que votaram contra ao Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal e tudo o
mais, inclusive a implantação do Superávit Primário em 1999. Criticaram
rispidamente a implantação do plano de metas inflacionárias com independência do
Banco Central. A tudo combateram e, curiosamente, passaram a usar como se os
tivessem criados. Portanto, a tal de “herança maldita” que Lula se referiu foi
o tipo de oposição praticado pelo PT que o consagrou e que hoje não mais
pratica, tendo abandonado-a por completo. Foi a saída que encontrou para não
confessar que haviam errado.
Quem se considera com superioridade moral, social,
intelectual e de comportamento, assume atitude de prepotente e de desprezo com
relação aos outros e, dessa forma, como arrogante nunca confessa o próprio
erro!
Com esse espírito, fez com que o PT e todos os seus
integrantes e seguidores dançassem ao som dessa música. Chegaram ao extremo de
dizer que a “herança maldita” se referia ao governo FHC!!! Puro engano!
Por conveniência, pois sabemos que a sinceridade não é uma
qualidade comum entre os políticos, Lula se calou e deixou que seus fanáticos
seguidores interpretassem o que dizia como se referindo ao governo de Fernando
Henrique Cardoso.
O PT sempre ficou contra tudo e, assim procedendo, estava,
na realidade, praticando a política tradicional de enganar os ingênuos e
fazendo de conta que era o verdadeiro e único defensor dos direitos do povo.