segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Herança maldita no Barcelona

Já é sabido de todos que o Barcelona se consagrou-se como o melhor do mundo, não só pela maravilha de futebol que apresentou mas, também, por ter conquistado o título do Campeonato Toyota Mundial da FIFA.

Vale a pena ressaltar os comentários que se sucederam após o encerramento do jogo contra o Santos. Ouvi os comentaristas da TV GLOBO (TV) e da Rádio BANDEIRANTES; além disso, li as reportagens da FOLHA e do ESTADÃO.

Uma das unanimidades entre os comentaristas e entrevistados foi a de que o Barcelona é o que é hoje graças ao seu passado, da sua filosofia implantada e mantida praticamente intacta por mais de 40 anos, fundamentada principalmente nas equipes de base. Ao longo desses anos, seus dirigentes foram irredutivelmente dispostos a manter a filosofia inicialmente proposta, mesmo com resultados negativos. Entre os entrevistados, não faltaram manifestações elogiosas aos jogadores, técnicos e dirigentes do passado que contribuíram para que o time chegasse hoje à condição que chegou, cada um participando com sua parcela. Foram citados muitos técnicos, dirigentes e jogadores, entre eles alguns brasileiros como Romário, Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaucho, o argentino Maradona e o holandês Cruyff, tido como principal responsável pela implantação do futebol-equipe. Apesar de não ganharem tantos títulos no passado, o time foi edificado, tijolo a tijolo, pelos seus integrantes do passado, ano após ano sempre se aperfeiçoando.

Mesmo com Cruyff e Maradona e estilo de jogo que culminaria no atual, o time só faturou dois campeonatos espanhóis em 30 anos.

Seguindo os planos inicialmente traçados, dando continuidade aos trabalhos das gerações anteriores, chegaram ao estágio atual de começar a colher os frutos sem abandonar os princípios norteadores soberanos dessas últimas décadas e que conduziram a esse resultado positivo pela segunda vez e a muitos outros nos últimos 10 anos. Pelo visto, a jornada vitoriosa perdurará por tempo bem superior ao que podemos supor.

Fazendo um paralelo do Barcelona com o Brasil, podemos perfeitamente supor que se Lula tivesse sido candidato à presidência do Barcelona e perdido por várias vezes, como opositor, e que atualmente fosse o presidente, ao assumir teria dito, sem a menor dúvida, que tinha recebido uma “herança maldita” de muitos resultados negativos apesar dos vultosos investimentos e que todo o sucesso atual do time era mérito exclusivamente seu e que foi o único que conseguiu reduzir o sofrimento da torcida, ou melhor, do povo, “como nunca havia acontecido na história desse time”! E os seus seguidores, os petistas espanhóis, fariam coro e passariam a amaldiçoar os presidentes anteriores que tanto combateram. Enquanto isso, os atuais do Barcelona reverenciam os que lhes antecederam, com reconhecimento justo, correto e maduro.

Um comentário:

  1. É, os atuais presidentes só se lembram o que os anteriores fizeram de ruim, a não ser que o anterior fosse do mesmo partido. Aí o cara era um santo. Nem todos sao pessimos, mas nem todos são otimos.

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