Esse feijão destina-se à
alimentação de uma população humana, de uma cidade brasileira, por
aproximadamente três meses.
Em consequência do manuseio incorreto temos poucos grãos íntegros, ideais para o consumo humano. Grande parcela desse lote de feijão encontra-se deteriorada, por diversos motivos.
Esses grãos podem apresentar os seguintes danos:
1- carunchados (ou gorgulhados). Grãos perfurados pelos carunchos, contendo fezes, urina e secreções desses pequenos animais.
Esses grãos podem apresentar os seguintes danos:
1- carunchados (ou gorgulhados). Grãos perfurados pelos carunchos, contendo fezes, urina e secreções desses pequenos animais.
2 - embolorados (contaminados por fungos). O bolor se desenvolve em grãos estocados com umidade acima da aceitável. Alguns desses fungos secretam uma toxina, a aflatoxina, resistente ao cozimento, de elevada toxidez e que pode causar câncer no fígado.
3 - quebrados com regiões de apodrecimento. Falta parte do grão e a superfície de fratura apresenta-se escura.
4 - com os cotilédones separados, isto é, grãos partidos ao
meio,
5 - vazios, sem conteúdo. Só restou a casca. Por algum
motivo perderam o conteúdo,
6 - engorovinhados*, isto é, grãos poucos desenvolvidos
(pequenos) com rugas e vincos na superfície. Esse tipo de grão costuma interferir negativamente no sabor do feijão cozido.
Diante dessas condições, o que normalmente se faz é submeter o feijão ao processo de escolha (ou de seleção). Nesse processo, o feijão é separado em grãos inteiros (íntegros) e grãos a serem descartados, os danificados.
Após a "escolha" nota-se que a sobra é
insuficiente para nutrir a população, em decorrência do descarte de grande quantidade de grãos deteriorados. Ao final, quase nada é aproveitável.
Feito o cozimento dos grãos melhores, o que se nota é que a quantidade de feijão cozido é suficiente para nutrir as
pessoas por apenas uma semana. E a necessidade é de três meses.
O feijão pronto é de baixa
qualidade pois trata-se de um feijão velho, que após cozimento fica com
consistência acima de "ao dente".
O sabor não é agradável e a tendência é a de que as pessoas
o rejeitem no prato. Desse modo, boa parte dele será deixado de lado e descartado como
resto de alimento, depois de tanto trabalho e gasto.
Por fim, muito se despendeu em dinheiro e tempo, para uma quantidade insatisfatória de alimento!
Diante disso, o remédio é dar um jeito nesse feijão, já que não se dispõe
de outra fonte.
Então, fazer o quê?
Então, fazer o quê?
Aproveitar alguns grãos que foram descartados, ou seja,
fazer uma nova escolha, menos rigorosa. Com isso, a quantidade garantirá boa
parte da nutrição desejada, apesar de não ser a ideal. Daria para alimentar as
pessoas adequadamente por um tempo inferior ao que se desejava.
Descartar, sem nenhum reaproveitamento, os grãos embolorados
(podem causar sérios danos à saúde daqueles que consumirem o tal feijão).
Cozinhar o feijão com alguns dos gorgulhos porque a presença
deles (insetos) aumenta o teor proteico do alimento, sem alterar o sabor, ou
seja, eleva a qualidade nutricional do alimento. É um ato que contraria a nossa
tradição alimentar pois fará com que as pessoas consumam alimento bichado.
Carregar no tempero para tornar esse feijão mais palatável
(saboroso ou aprazível ao paladar)
Essa descrição foi um recurso que decidi usar para, de modo
didático, analisar a nossa situação eleitoral atual, segundo o meu ponto de vista.
Acredito que estamos exatamente como descrevi sobre o feijão para a nutrição de brasileiros por algum tempo.
Nossos políticos estão malcuidados, praticamente não temos
nenhum íntegro, totalmente probo, irrepreensível na sua conduta; honesto,
incorruptível. Muitos faltam com a verdade! Aliás, a verdade é a primeira vítima no período eleitoreiro.
Insisto em dizer que só não encontramos corrupção onde não a investigamos ou procuramos.
A grande maioria deles é de velhos políticos tentando a reeleição. No geral, estão mal-intencionados com relação aos cargos para os quais se candidataram e as intenções não são exatamente aquelas que divulgam durante a campanha.
Insisto em dizer que só não encontramos corrupção onde não a investigamos ou procuramos.
A grande maioria deles é de velhos políticos tentando a reeleição. No geral, estão mal-intencionados com relação aos cargos para os quais se candidataram e as intenções não são exatamente aquelas que divulgam durante a campanha.
Deverão ser preparados (temperados e cozidos adequadamente)
para serem aceitos e não poderemos ser rigorosos nas escolhas porque, se assim
procedermos, não sobrará nenhum. Como prepará-los? Eles só funcionam sobre
pressão popular, da mesma forma que o feijão só fica bem cozido em panela de pressão.
A última vez que vimos isso foi quando, sobre pressão popular, aprovaram a Lei da Ficha Limpa.
A última vez que vimos isso foi quando, sobre pressão popular, aprovaram a Lei da Ficha Limpa.
Alguns devem ser, a princípio, descartados. Não devem estar
na vida de ninguém pois são altamente prejudiciais.
(*) Também se usa engruvinhados.
(*) Também se usa engruvinhados.