O último pacote econômico emergencial, o oitavo, anunciado pomposamente por Dilma Rousseff e Guido Mantega, repetindo o que fizeram nos sete anteriores (ampla divulgação e muito destaque na imprensa), é mais uma tentativa de conter a tendência à estagnação da economia brasileira. Esses pacotes têm mostrado, claramente, que ela e a sua equipe de ministros estão abrindo o baú e dele revivendo a era dos pacotes "milagrosos e de última hora" dos governos Sarney e Collor que também procederam da mesma forma. Quem estava lá, como eu
(65 anos), viveu e pagou muito caro pelo fracasso de todos eles. A minha geração é testemunha disso.
E como fracassaram!
Eu vivi cada um deles e senti o quanto foi difícil e complicado conviver com essas verdadeiras “camisas de forças” econômicas que nos impuseram. Fomos reféns daquelas medidas! Os governos, com elas, interferiram de tal modo no nosso dinheiro que passamos a nos preocupar diariamente somente com nossas condições econômicas e financeiras não sobrando espaço para dar as devidas atenções que a educação, saúde, segurança, mobilidade e qualidade de vida requeriam. A economia passou a ser o foco principal e único do governo e, por indução, de todos nós, como se o Brasil fosse feito apenas e exclusivamente de dinheiro e nada mais. Qualquer coisa além do dinheiro foi literalmente desprezado (deixado para lá!). Os próprios governos só apresentaram pacotes econômicos desacompanhados de “pacotes de políticas sociais” para educação, saúde, infraestrutura, segurança, qualidade de vida etc.
Eu vivi cada um deles e senti o quanto foi difícil e complicado conviver com essas verdadeiras “camisas de forças” econômicas que nos impuseram. Fomos reféns daquelas medidas! Os governos, com elas, interferiram de tal modo no nosso dinheiro que passamos a nos preocupar diariamente somente com nossas condições econômicas e financeiras não sobrando espaço para dar as devidas atenções que a educação, saúde, segurança, mobilidade e qualidade de vida requeriam. A economia passou a ser o foco principal e único do governo e, por indução, de todos nós, como se o Brasil fosse feito apenas e exclusivamente de dinheiro e nada mais. Qualquer coisa além do dinheiro foi literalmente desprezado (deixado para lá!). Os próprios governos só apresentaram pacotes econômicos desacompanhados de “pacotes de políticas sociais” para educação, saúde, infraestrutura, segurança, qualidade de vida etc.
Pessoas com mais de 40 anos de idade
devem se recordar do “fiscal do Sarney”
– lançamento do Cruzado, novo nome dado a nossa moeda em março de 1986 –, “do sequestro de dinheiro do Collor” – ministra
Zélia Cardoso em março de 1990. Esses não foram os únicos daquela época, mas
foram, sem dúvida, os que mais deixaram cicatrizes. Tivemos pacotes de “verão”,
“cruzado novo” e outros que impuseram aos brasileiros sacrifícios gigantescos –
ocorreram muitos suicídios em cada um deles –, e, infelizmente, deram em nada.
A repetição sucessiva desses pacotes
atuais indica que Dilma está decididamente determinada em repetir os erros do passado
ao fazer, com poucas diferenças, o replay.
Será que ela e o ministro Mantega não aprenderam com o passado? Deveriam
procurar estudar história porque já é sabido que conhecer a história serve, no
mínimo, para não repetir os mesmos erros antigos. Ignorando a história, ou
incompetentes para fazer algo diferente, repetem os mesmos erros. Como disse Heinstein, repetir os mesmos procedimentos
achando que obterá resultados diferentes é insanidade.
Estamos no oitavo pacote porque os 7
primeiros não deram os resultados desejados, foram “voos de galinha”, isto é,
surtiram efeitos momentâneos. Nenhum deles manteve os resultados positivos iniciais
por mais de 4 meses e durante essa sucessão notou-se que os resultados se
deterioraram à medida em que foram implantados. Esse, o oitavo, deve resultar
em nada. Explicações pelos fracassos estão na imprensa, detalhadas
pelos economistas. Enquanto isso o Brasil vai, aos poucos, decaindo, mês após mês,
no PIB, a ponto de já dizerem que temos um PIBinho! E isso me assusta!
No início do ano, o ministro Mantega fez
uma previsão de PIB de 4,5% para 2012. De lá para cá essa previsão vem sendo
revista e, sempre, para baixo. Hoje está em 2,3%, apesar de todos os pacotes até
agora.
A pergunta que não se cala é: por que, apesar das medidas tomadas pelo
governo, o Brasil cresce cada vez menos?
A festa de Lula acabou. Ele encontrou um
banquete pronto (e chamou de herança maldita!), usufruiu dele politicamente o
mais que pôde, distribuindo benesses a torto e a direito, sem se preocupar com
o futuro. Garantiu desse modo a própria popularidade e elegeu Dilma que recebeu
como herança, além de ministros corruptos, o encargo de continuar a festa.
Embora não tivesse percebido, a festa
acabou e nenhuma medida foi tomada para manter a mesma fartura.
Acontece que o processo econômico não
obedece a vontade de Lula, pois tem as suas próprias leis e exigências.
Esgotado o potencial contido nas medidas do governo anterior, a economia
começou a ratear, quase parando. A partir daí Dilma adotou os pacotes.
Como se sabe, os partidos
revolucionários não têm programa de governo porque acreditam que o mal da
sociedade são os partidos de oposição e, como mal que representam, basta
eliminá-los para se chegar a sociedade perfeita.
O PT adotou o programa do governo
anterior que havia combatido ferozmente. Mas ficou nisso: esgotadas as
possibilidades do programa herdado, não tem o que pôr no lugar, a não ser
pacotes emergenciais.
Outra característica do governo petista,
afora não ter programa, é valer-se da propaganda para ganhar a opinião pública.
Esse é o recurso mais usado pelos governos populistas, já que o povo em geral,
quer que o pacote dê resultado ou não, fica a notícia de que o governo está
trabalhando, resolvendo os problemas. O PAC é exemplo disso.
Por que o governo não apresenta um plano
como o REAL com propostas para resolução dos problemas atuais e futuros? Porque
lhe falta competência para realizar projetos. E disso ele carece porque o
preenchimento dos cargos executivos não é determinado por critério técnico, mas
político.
Tudo isso é resultado do modo de operação de Lula no seu estilo "vamo-que-vamo" forçando obras a multiplicando metas - tudo a cargo de uma administração loteada entre os partidos políticos -, reduziu drasticamente a qualidade técnica da gestão e abriu espaço para os malfeitos. Esse é o custo Lula e começamos a pagar por esse custo.
O setor público no Brasil nunca foi lá essas coisas, mas loteado e politizado por Lula ficou pior.
Parte do que aqui escrevi tomei como base dados do IBGE, Wikipedia e artigos de Sardenber, C. A., Rodriguez R. V. e Gullar F.
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