quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Coliseu, o cinema dos romanos!

Ontem a noite tive a oportunidade de reassistir ao filme O GLADIADOR, filmado em 2000.
Pelo fato de já ter visto o filme como apreciador do cinema, reassistí-lo foi um exercício de observação e crítica.
Reparei nas cenas de disputa entre as bigas e os gladiadores com trechos de violências extremas, ferimentos sanguentos - as espadas, as rodas das bigas, as roupas dos lutadores banhadas em sangue - pedaços de corpos dilacerados, membros e cabeças arrancadas do corpo e muitas, muitas mortes.
A platéia romana atenta e que a tudo assistia, delirava e se divertia com os combates e os perigos que as feras (tigres) acorrentadas representavam para os gladiadores que lutavam pela própria sobrevivência na arena do anfiteatro, o Coliseu. Ou seja, uma verdadeira diversão e alegria; uma festa. O prazer desse espetáculo de carnificinas, estampado nos semblantes dos que estavam nas arquibancadas era o mesmo que a gente hoje nota nas pessoas, principalmente jovens, que assistem filmes policiais atuais com perseguições, tiroteios, incêndios, bombas explodindo e matando muita gente. Tudo regado a sangue, muito sangue e com fundo sonoro de muito barulho e ruidos assustadores. Ao final, o saldo é de muitas mortes.
A diferença dos filmes atuais - o de maior sucesso recente foi AVATAR, baseado em conflito entre Pandora e Polifemo - e o que acontecia na arena dos Coliseus é que no cinema a violência é de "mentirinha" e as do Coliseu, naturais, sem dublês! A morte era morte mesmo, do jeito que realmente ela é.
O que acontecia no Coliseu era motivo de muita conversa e estreitamente de relações entre os romanos e nada além disso. Não era possível o replay. Ao contrário disso, o cinema atual também agrega valor educacional pois, com a repetição, as pessoas, vendo e revendo as crueldades, tendem a aceitá-la como natural e inevitável e que provavelmente acaba no intervalo comercial, incorporando assim a violência no seu dia a dia, banalizando-a. Nos dois casos nunca acontece o peso de consciência!
Hoje somos exatamente o que os romanos eram há 2 mil anos ou mais... A nossa vantagem é que podemos assistir as cenas repetidas vezes para tirarmos as possíveis dúvidas se a bala acertou na cabeça, no olho ou na boca...
ou se o dedo decepado foi o polegar direito ou o mindinho esquerdo ....


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