quarta-feira, 25 de maio de 2011

EDUCAR PARA A VIDA! SERÁ?

De modo geral, as escolas, principalmente as particulares, vendem, costumeiramente, em suas campanhas publicitárias que PREPARAM os jovens PARA A VIDA, um compromisso que de tão complexo, acredito eu, não pode ser cumprido simplesmente com a frequência aos bancos escolares.

Mas, em todo caso, elas prometem e os pais, pelo visto, acreditam na coisa prometida ao matricularem seus filhos.

Ponderando sobre o aspecto "preparar para a vida" refleti sobre o processo de avaliação que habitualmente praticamos por iniciativa própria ou por obediência aos dirigentes (ou coordenadores!) educacionais ou por submissão à legislação.

A nota do aluno resulta exclusivamente do seu trabalho individual, da sua dedicação e interesses. Podemos dizer que a nota é a recompensa ou prêmio pelo resultado conquistado em decorrência do seu trabalho, ou melhor, dos seus estudos. E tudo para por aí!

Caso seja elevada, o empreendimento estudantil individual foi proveitoso, ou melhor, rendoso, o mérito é dado quase que somente ao aluno de sucesso. Ele é até homenageado ou bajulado ou adulado, não importando o tipo de relacionamento que ele mantém com seus colegas. Tudo acontece como se ele fosse uma "ilha" de competência.

Por outro lado, quando baixa, tende-se a despejar a culpa em fatores externos que interferem negativamente na pessoa do aluno, como "colegas da sala que atrapalham (as ditas más companhias)", "problemas com o professor", "condições das instalações escolares", "aula de baixa qualidade", "escola desorganizada", "transporte escolar" etc. Observado dessa forma, o aluno em questão é excluído como fator "preponderante" desse resultado.

Percebemos claramente que o êxito nas escolas é mérito próprio e de foro íntimo. Enquanto isso, o malogro é consequência de fatores externos.

Inclusive, os dois tipos de alunos, o de nota alta e o de baixa, na grande maioria dos casos, fazem parte da mesma turma!

Por causa da idéia de inclusão, o acusado de insucesso é isentado de praticamente tudo e a escola, por causa justamente dele, tem que se aparelhar de modo complexo, com psicóloga, pedagoga, merendeira, bedéis, professores e aulas e atividades extras para suprir as carências que, por sua vez são admitidas por princípio, não se julgando serem elas verdadeiras ou não.

A recuperação raramente acontece como está prevista na teoria; na prática, ainda não presenciei uma recuperação plena. Ficamos atentos aos comportamentos e atitudes dos recuperandos em busca de qualquer sinal, por mais fraco que seja, de melhora. Quando o encontramos, nos confortamos e damos o caso por encerrado!

Todo esse aparelhamento da escola visando a tal da recuperação é inócuo; produz resultados pífios.

Diante disso, para evitar conflitos de ordem burocrática e legal - na procura da dolce vita ( ou the sweet life ou the good life) no ambiente de trabalho escolar - instalam-se os conselhos de classe que, de modo geral, aprovam maciçamente os candidatos por eles analisados. As justificativas para isso são as mais frágeis e inconsistentes. Digo isso em função da experiência de mais de quatro décadas de experiência docente e de participação desses conselhos!!!!!!

Por fim, inevitável é fazer a pergunta: isso é preparar para a vida?

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