sábado, 5 de novembro de 2011

O ensino de Ciências no Brasil (III)

Continuando a abordar sobre o ensino de Ciências no Brasil, exponho, nesse artigo, o terceiro tópico.
TERCEIRA PARTE
     Com o surgimento dos processos de avaliações externas como ENEM, PROVA BRASIL, SARESP etc. as escolas, numa tentativa de melhorarem as suas classificações, iniciaram programas preparatórios específicos para essas avaliações. Em vez desses programas incorporarem as inovações que cada uma delas exige, como desenvolver competência e habilidades exigidos no ENEM, recorreram, como sempre, ao tradicional método do Ratio Studiorium, incrementando mais aulas de conteúdo aos pobres coitados dos alunos. Perderam a grande chance de se inovarem, talvez por falta de competência e habilidade. Assim, aulas de aprofundamento, aulas de exercícios, aulas de resolução de questões do ENEM de anos anteriores são dadas. Parece que a aula virou a panacéia dos problemas de aprendizagem. Assim procedendo, a escola abandonou o seu papel educacional e assumiu a função de adestramento para resolver um determinado tipo de prova. Até faculdades de direito se preocupam mais em adestrar seus alunos para a prova da OAB do que torná-los bons advogados. Como se pode ensinar Ciências, como a disciplina exige, numa escola com esse tipo de foco? Impossível!
     Enquanto isso, nos países que lideram a qualidade de ensino, entre eles a Finlândia, não há avaliação nacional; as avaliações são internas e os resultados não são publicados e servem para melhorar a qualidade de ensino/aprendizagem e não para elaborar rankings e comparar escolas. Os rankings internacionais recebem pouca ou nenhuma atenção por parte de diretores e professores; suas atenções se centram na aprendizagem dos alunos e no êxito escolar de cada um deles.
     Somente nas duas últimas décadas é que se reconheceu a relação entre educação e crescimento econômico (ou desenvolvimento econômico). Hoje se compreende que a elevação do padrão de vida está diretamente relacionada com o papel da qualidade da educação.
     Países Africanos e Latinos Americanos, entre eles o Brasil, o aumento da qualidade de vida foi nulo ou negativo apesar do crescimento econômico. As pesquisas revelaram que o desempenho econômico se transforma em incremento na qualidade de vida quando acompanhado na melhoria da qualidade da educação e, que para isso, pouco contribui as taxas de matrículas, números de alunos frequentando escola e número de anos de estudo da população.
     O fraco crescimento econômico da América Latina em comparação com países do sudeste Asiático deve-se, seguramente, de que apesar dos progressos em indicadores de quantidade, a qualidade da educação dos países latino-americanos ainda é das mais baixas do mundo.
     Enfim, se os moradores de favela recebessem boa qualidade de ensino conquistariam uma carreira profissional e teriam os seus ganhos mensais bem elevados e, por iniciativa própria, construiriam as suas residências, mais dignas, e deixariam de depender do governo para receber um mísero apartamento na Cingapura, dispensando os favores de políticos.

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