segunda-feira, 25 de julho de 2011

A encenação da bolsa família tem muitos atores além do Lula e ele não é o principal!

            Foram incontáveis as vezes em que o ex-presidente Lula afirmou em seus discursos que a “bolsa família era a grande responsável pelo crescimento econômico das regiões norte e nordeste” e que isso “estava causando inveja nas elites brasileiras do Sul e Sudeste do Brasil”. Essa auto-afirmação foi acolhida pelos políticos da coligação que davam sustentação ao ex-presidente (PT, PDT, PCdoB, PSB e demais) que, além disso, também deram a máxima repercussão a essa fala, adotando-a como principal bandeira nas campanhas eleitorais de 2010. Tudo com a intenção de tirar o máximo proveito para fins eleitorais.

Os eleitores menos esclarecidos, cidadãos comuns, fizeram eco a esse discurso e, aderindo a ele, passaram a manifestar apoio irrestrito ao ex-presidente. Contribuíram decisivamente quando ao imitá-lo acrescentavam que “ele havia diminuído a miserabilidade brasileira e melhorado a vida dos pobres”, distribuindo renda por meio da bolsa família, ”como nunca havia acontecido antes nesse país”, incorporando, desse modo, o mesmo jargão de Lula.

 Assim pensando, o “povão” demonstrou credibilidade ao seu líder votando em Dilma e nos candidatos dos partidos por ele indicados. Tanto é verdade que as vagas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram preenchidas majoritariamente pelos aliados, ou melhor, pelos adeptos do lulismo representados pela sucessora indicada. Foi um sucesso de “aquisição de votos”! Por isso, Lula merece os parabéns! O plano foi astutamente elaborado e surtiu o resultado desejado, com louvor!

Como os órgãos de imprensa deram ampla divulgação aos dados apresentados pelo governo sobre o sucesso da bolsa família, com veemência tão intensa que a fama ultrapassou as nossas fronteiras tal o tamanho proclamado do benefício conquistado, comecei a ficar intrigado com a grandiosidade do desenvolvimento econômico de algumas regiões mais pobres do Brasil atribuído exclusivamente à bolsa família. Pelo menos era o que o Lula, aos berros, andando para lá e para cá num tablado, ou palanque, com a camisa molhada de suor, repetia em seus discursos.

Fiquei desconfiado porque o programa da bolsa família já existia, com outro formato, no governo FHC, sem distribuição de dinheiro, mas de cestas básicas (bolsa escola) vinculadas à frequência escolar, vale gás (desconto na aquisição do botijão de gás porque ele consumia uma parcela comprometedora  da renda das famílias de baixa-renda) e da bolsa alimentação (distribuição de cestas básicas aos mais miseráveis, sem vínculo escolar), com uma logística diferente.

Cabe aqui reconhecer o mérito de José Roberto Magalhães Teixeira, PSDB, ex-prefeito de Campinas, que em 1994 idealizou e implantou a bolsa escola na cidade de Campinas, que teve em Cristovam Buarque um forte e ferrenho defensor e divulgador.

As cestas e o vale gás eram entregues às prefeituras das cidades, cabendo ao município a coordenação regional do programa com o compromisso de cadastrar e de entregar o que recebia do governo federal às famílias de baixa renda. Nessas condições, quem ficava com o mérito de tudo era o prefeito, pois era ele quem se aproveitava politicamente do efeito do bem realizado. Nesse aspecto, FHC foi ingenuamente apolítico, acredito eu.

Fernando Henrique foi quem introduziu os programas de transferência de renda com a implantação da bolsa escola, bolsa alimentação e vale gás. No início do seu governo estes programas inexistiam e, na sua saída, em 2002, atingia cerca de 4 milhões de famílias beneficiadas.

O que o Lula fez foi substituir os custos (em R$) dos programas de bolsa escola, bolsa alimentação e vale gás por dinheiro vivo, no valor bem próximo ao que era distribuído no governo FHC, rebatizando o programa como BOLSA FAMÍLIA. Além disso, ampliou o número de beneficiados, passando de 4 para 10 milhões. Excluiu as prefeituras do processo e assumiu diretamente o papel de benfeitor, atraindo para si todas as atenções.

Essa foi a grande jogada porque, a partir daí, sua popularidade cresceu e se manteve em patamares bem elevados. Ao final do seu segundo mandato, em 2010, elevou o número para 13 milhões, afirmando que não se tratava de uma jogada eleitoral por expandir o programa às vésperas da eleição presidencial. Os tolos, ingênuos e tontos deram crédito ao Lula criticando a oposição que, na época, combatia essa manobra eleitoreira.

Analisando atentamente os dados aqui apresentados, podemos elaborar uma comparação de incremento do número de atendidos por programas de transferência de renda. FHC partiu do praticamente nada e atingiu 4 milhões; Lula partiu de 4 milhões e chegou a 13. Portanto, fazendo essas continhas elementares percebemos claramente que FHC cresceu em muito mais de 10.000% no atendimento social tendo acumulado também todo o trabalho do projeto e da implantação do programa enquanto Lula, além de encontrar o programa instalado e funcionando, só cresceu em cerca de 325%.
Joseph Goebbels, Ministro Nacional para Esclarecimento Público e Propaganda nazista afirmou que a mentira contada exaustivas vezes vira verdade, menos para os que se mantêm integralmente lúcidos. Baseado nessa crença ele exerceu rigoroso controle nos meios de comunicação e educacionais na Alemanha de Adolf Hitler, persuadindo, assim, o povo alemão a se preparar para uma guerra sem precedentes.
Deixando de lado a minha modéstia, sinto-me lúcido!

Conclusão: FHC foi muito mais social do que Lula, apesar desse último dizer que recebeu uma herança maldita do primeiro e pregar que o mérito é somente seu! Lula, procedendo assim, está sendo o mais injusto e covarde dos presidentes, cometendo descaradamente o ato de violação dos direitos de outrem como nunca na história dos presidentes desse país”.

Falta demonstrar que o crescimento econômico das regiões pobres do norte e nordeste tem pouca participação da bolsa família! É o que farei no próximo texto do blog.

Um comentário:

  1. Caro Diarone.
    Este é meu discurso de longa data, mas....onde estão nossos políticos para defenderem esta correta postura?

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