segunda-feira, 18 de julho de 2011

Não sei! Não me lembro!

      O uso do "não sei!" tem início logo nos primeiros anos da vida escolar das nossas crianças.
      É muito comum a gente, como professor, questionar o aluno e ele, com a maior naturalidade do mundo, responder "não sei!", acomodando-se em seguida. Na maioria das vezes, o "não sei!" é uma resposta imediata e desacompanhada de qualquer tentativa de raciocínio ou busca na memória sobre o que já sabe sobre o assunto. Ou seja, é uma resposta mecânica e sem nenhuma reflexão.
      Assim procedendo, o estudante deixa de praticar o exaustivo exercício de PENSAR, segundo o ponto de vista dele. Aliás, quando eles são obrigados a pensar e a refletir profundamente sobre um problema, habitualmente se queixam do esforço que têm que despender.
      Nas minhas quatro décadas no cargo e ofício de professor raramente algum aluno completou o "não sei!" com "não sei mas vou procurar saber".
      A resposta "não sei!" é um recurso bastante confortável para ele, a ponto de se auto eximir da responsabilidade de tomar qualquer providência posterior para reverter a situação. Imediatamente assume atitude passiva, esperando que o professor lhe dê todas as explicações. E os professores, de modo geral, dão esses esclarecimentos.
      Para nós, professores, é menos desgastante dar explicações do que elaborar um plano de pesquisa para o aluno buscar, por sí só, as explicações. Agindo assim, assumimos a função de facilitador e, ao mesmo tempo, nos omitimos a função de educador, daquele que se diz "preparador para a vida".
      Notamos que, decorridos alguns dias, se repetirmos o mesmo questionamento para o mesmo aluno, na grande maioria das vezes, ele dificilmente lembrar-se-á completamente das explicações dadas. Geralmente muda a resposta do "não sei!" por "não me lembro!".
      Para mim, o "não me lembro!", nesse caso, revela o pouco valor e atenção dados por ele ao que foi explicado.

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