segunda-feira, 18 de julho de 2011

Por que você pirateia?

     Por que você pirateia?
     Essa é a manchete da reportagem sobre o assunto no jornal O ESTADO DE SÃO PAULO de 11 de julho de 2011. Nela estão dois depoimentos signifivativos.
     Num deles, a pessoa diz que "O motivo é um só: pirateamos porque podemos e não somos presos"; o outro afirma que "... se os preços forem realmente acessíveis, eu certamente os teria consumido (os originais)".
     Aproveito a reportagem para também expor o que penso a respeito.
     No fundo, a aquisição de produtos piratas nada mais é do a utilização de qualquer meio (lícito ou ilícito) para se apossar daquilo que se deseja (o fim).
Dito de outra forma: "não importa os meios, o que vale é o fim".
     O fim é o de atender a uma necessidade muitas vezes  desnecessárias,  geradas  ou induzida pelo marketing, por influência da moda, por desvios comportamentais ou da incapacidade de lidar com frustações decorrentes do "não ter", que se sobrepõe ao de "não ser"!
     Os políticos, principalmente do PT, para justificarem tantas corrupções que praticam ou, se não o fazem, aprovam os aliados que as praticam, justificam a utilização constante e ininterrupta desses meios ilícitos, aéticos e imorais atribuindo ao fim um caráter de nobreza. Nesse caso, a "nobreza" consiste em engordar o caixa do partido e/ou do seu próprio. 
     Desse modo eles são guiados em seus atos: a causa partidária e o idealismo político são de tal grandeza de caráter, de magnanimidade e nobreza que qualquer meio para alcançá-los é, por princípio, aprovado, seja de qual natureza for!
     Consideram-se Robin Hood modernos, autoposicionando-se como os "pobres" e como rico, "o dinheiro que não pertence a ninguém", o do Tesouro Nacional.
     O que estaria praticando um sujeito ao adquirir um produto pirata diferente do que os políticos corruptos fazem? A única justificativa diferente estaria no significado de "nobreza" do ato: o de realizar o desejo de "possuir" CD, DVD, tênis, .... .
     Não é por causa do preço que se compra produto pirata! A compra é decorrente de traços e qualidades inerentes ao indivíduo, do seu caráter, da sua inclinação de temperamento, pelo seu feitio moral e ético. Enfim, da sua índole centrada na desonestidade.
     A justificação dizendo "que é caro", fora do seu alcance, é um argumento inconsistente de defesa usando uma razão não vergonhosa e compreendida e aceita pelos seus iguais.
     Outro dia, por simples curiosidade, perguntei a um camelô de CDs, se ele tinha alguma cópia pirata do Chico Buarque de Holanda ou de Beethoven. Respondeu-me dizendo que não vendia esses tipos de CDs porque as pessoas que os apreciavam não compravam produtos piratas!
     Ou melhor, é um grupo de pessoas de outra índole, outra moral e ética.
     Na realidade, quando o adquirente de produtos piratas diz que "compramos porque podemos", está afirmando que o seu juízo interior, a sua consciência, não possui a opção "errado" nesses atos ou motivos e, por consequência, não se traduzem em sentimentos de remorso ou de culpa. Ao contrário, os sentimento que geram é de regozijo, vaidade, prazer e de ostentação da posse do objeto da qual tira proveito.

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